segunda-feira, fevereiro 27, 2006

2 bandeiras; e 2, 3 (ou mais) idiomas


Name of blog I’m translating: A Difference Sunday, February 19, 2006
name of person I’m translating: Darren Kuropatwa
that URL: adifference.blogspot.com
the post title in the source language:
A Difference Goes Multilingual
post title in Português: A Difference (A Diferença) torna-se multilingue (poliglota)

A Difference Goes Multilingual
I received an email this weekend from Regina Nabais asking if I would be interested in participating in the "Blog Translation Carnival." The students in my school collectively speak over 50 different languages so I'm very interested in increasing accessability to the students work in their parents native tongues. Here is an excerpt from the
email:
"A Difference" (A Diferença) vai ser multilingue (poliglota)
Eu recebi um email, este fim de semana, de Regina Nabais, que me perguntou se eu estava interessado em participar do " Blog Carnaval da tradução."
Os estudantes da minha escola falam conjuntamente 50 línguas diferentes, por isso, eu estou muito interessado em ampliar o acesso ao trabalho dos estudantes, nos idiomas dos seus pais. Está aqui, um excerto do email que recebi (NT- vejam o texto da página original - Feb 28th - Carnival of Blog Translation )

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Well, this sparked a memory of something I read over at
Leigh Blackall's blog about translating all his blog posts into several different languages with the click of a single button. More than that, the translated pages are are indexable and google searchable so people can find your stuff in their native languages. When you consider that over 65% of web users speak a language other than English you begin to appreciate the power of this functionality.
Bem, isto fez chispar uma recordação pessoal sobre algo que eu tinha lido - no blog de Leigh Blackall – sobre a possibilidade de traduzir “os posts” do seu blog em diferentes línguas, pelo “clicar” de uma única tecla. Mais do que isso, as páginas traduzidas são indexáveis e susceptíveis de busca pelo “Google”; desta forma, as pessoas podem procurar e achar os conteúdos disponíveis, no seu próprio idioma. Quando se considera que 65% dos utilizadores da WEB falam uma língua diferente do Inglês, compreende-se bem o poder de uma funcionalidade como aquela.

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I hunted through Leigh's blog all the way back to June of 2005 to find the post where he explains how he finally made it work. You can do this yourself too. It's as easy as "copy and paste." You do have to fiddle around with the placement of the code in your template by "previewing" your edits until you have it placed right where you want it. The original graphics for the various languages were larger than I wanted; I changed them to height="12" and width="18".
Fiz uma caçada, em retrospectiva, no blog de Leigh até Junho de 2005 para, finalmente, conseguir achar o referido post, aonde ele explica como se consegue utilizar a ferramenta de tradução. Você pode fazer exactamente o mesmo, sozinho. É tão simples quanto o velho sistema de "corta-cola". Você pode procurar, por tentativas sucessivas, a localização mais adequada, do código fonte do programa, no template do seu blog, e vai visualizando (na página do seu blog) os efeitos que obtém, até conseguir exactamente a visualização que pretenda. Os efeitos gráficos da versão original, para as diversas línguas tinham dimensões maiores do que aquelas que eu pretendia; Eu alterei as dimensões originais para - altura =“12” e largura ="18".

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I've played around with the translations as well and some of them translate the entire post, including comments, others leave some bits untranslated. If you click on the white arrow it will continue the translation.
Utilizei, também, as diferentes traduções disponíveis; algumas traduziam integralmente o post todo, incluindo os comentários, noutros deixavam parte do texto, por traduzir. Quando a tradução é parcial, ao clicar na seta branca, a tradução automática prossegue.

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Since I don't speak many of the languages
A Difference is now available in I was wondering if any speakers of these languages might drop me a note to let me know how good the translations are. I'm particularly interested in the quality of the Portugese, Korean, Chinese, Italian and Spanish translations. Click on the icons below this post to translate it into:
French, German, Italian, Portugese, Spanish, Japanese, Korean or Chinese (Simplified).
Como não falo muitas línguas, mas A Difference agora está disponível, eu desejaria que todos os que falam essas linguas me deixassem uma nota para que pudesse ter uma ideia da qualidade das traduções (automáticas). Estou especialmente interessado na qualidade das traduções para Português, Coreano, Chinês, Italiano e Espanhol. Cliquem nos ícones abaixo do “post”, para obterem a tradução para:
Francês, Alemão, Italiano, Português, Espanhol, Japonês, Coreano e Chinês (simplificado).
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If these translation tools work well then I'll add this functionality to all my classroom blogs and hopefully give more parents greater insight into what their children are learning. Maybe it will even encourage them to play more of an active role on the blogs. ;-)
Se as ferramentas de tradução funcionarem, então eu juntá-las-ei às minhas aulas-blog e, assim, espero proporcionar aos pais uma visão melhor do que os seus filhos andam a aprender. Pode até ser que os encoraje a ter um papel mais activo nos blogs. ;-)
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UPDATE
The community I work in has a large Filipino population. Thanks to a little encouragement from Chris Harbeck I figured out how to add an English to Tagalog translation. All the little arrows that pop up offer alternative translations for each word. The last flag on the right is from the Phillipines. Thanks for the push Chris
!

ACTUALIZAÇÃO
A comunidade de pessoas com quem trabalho tem uma larga representação da população filipina. Graças ao encorajamento de Chris Harbeck, consegui perceber, como juntar ao Inglês do blog uma tradução para Tagalog. As pequenas setas que surgem no “po-up” oferecem ainda alternativas de traduções para cada palavra. A última bandeira à esquerda é a das Filipinas. Chris, obrigado pelo incentivo.
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UPDATE 2 (Feb. 25, 2006)
I've received some feedback regarding the quality of these translation tools. The Chinese is surprisingly good. The French and Portuguese have some awkward grammar but can be understood. The Tagalog (te-gah-log) is unintelligible so I've removed it. Apparently the words are Tagalog, but the grammar and word choice conspire to make the translation nonsensical. I've replaced the Tagalog tool with Dutch as I've noticed I've been getting hits from the Netherlands. Please email me or leave me a comment here and let me know how good the Dutch and other tools are. Thanks.

ACTUALIZAÇÃO 2 (25, Fevereiro, 2006)
Eu recebi alguns contributos, respeitantes à qualidade das ferramentas de tradução. Surpreendentemente a tradução para Chinês é bastante boa. A tradução para Tagalog (te-gah-log) é ininteligível, por isso removi-a. Aparentemente, as palavras são em Tagalog, mas a escolha das palavras e a gramática conspiram para se obter uma tradução sem sentido. Substituí a ferramenta de tradução de Tagalog por outra de Flamengo, porque recebi algumas “dicas” de Holandeses. Por favor, contactem-me por email ou deixem-me algum comentário no blog, para me informarem sobre a qualidade da ferramenta de tradução para Flamengo ou para as outras línguas. Obrigado.

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sábado, fevereiro 25, 2006

Compreender & Understanding

A vida das pessoas é mesmo muito interessante e desafiante!

Para mim, um dos acontecimentos, mais espectaculares do século XX e até da humanidade, que tive o privilégio de testemunhar foi a Internet, integrada como uma das facetas mais fascinantes da World Wide Web (WEB), que todos devemos a Timothy John Berners-Lee.
Nada, desde Joahnn Gutemberg, aproximou tanto e tantas pessoas tão diferentes, em todo o mundo, como a WEB.
Subsiste, na partilha com todos, das experiências de cada um, uma pequena dificuldade, associada a cada um de nós – é que a ambiguidade é parte da expressão verbal, mesmo que tenhamos muito cuidado em cumprir as regras gramaticais.
Como cada pessoa vive uma realidade muito distinta, em ambientes diferentes, sob múltiplas influências culturais e históricas, a interpretação por outra pessoa, de um pensamento alheio transmitido por palavras, está sempre sujeita à mistura de duas realidades distintas, e não à realidade inicial – é isto mesmo que enriquece a comunicação.
Assim, quanto mais forem as iniciativas que favoreçam a comunicação entre os homens/mulheres, maior será a compreensão entendimento entre as pessoas e os povos.

Os Blogs constituem na WEB, “clusters” de trocas de experiências, ideias e opiniões entre pessoas com um foco de interesse comum, que podem ainda ser completadas ou aperfeiçoadas, por todos que acedem aos conteúdos.

Não há dúvida, que o “Feb 28th - Carnival of Blog Translation” constitui um marco importante na história dos blogs, porque vai permitir uma expansão e acesso dos temas discutidos naqueles “clusters”, a um maior número de pessoas.

Por causa desta iniciativa, disponho agora de mais um sem número de referências de pessoas que me fazem repensar o que eu pensava – por exemplo, a de um Professor de Matemática de Manitoba - Canadá que, com uma genuína e admirável abertura de espírito, ensina e troca opiniões sobre os seus ensinamentos, com os seus alunos, em Blogs específicos de diferentes assuntos de matemática, alguns até complicados. Os seus alunos integram um Universo de 50 línguas diferentes – penso que se entusiasmaram muito com a perspectiva, de poderem transferir para as suas famílias, aquela pequena parte da sua vida ligada, exclusivamente, à Escola.

Estou muito grata:
- a quem teve a ideia inicial - Beverly Trainer- http://btrayner.blogspot.com/ e a possibilitou a todos;
- ao meu colega muito especial - Darren Kuropatwa - http://adifference.blogspot/ - porque é um génio da pedagogia e da motivação; além disso, prontificou-se a assistir a trocas de impressões de MIRC no seu blog, e confirmou a sua abertura de espírito invejável;
- ao feiticeiro Armeloc porque é muito participativo e empenhado, é também um excelente comunicador.
Se não vos tivesse conhecido na NET, eu seria muito mais pobre!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

< 100 nm



Desde 21 de Novembro de 2005 que, em Portugal, vivemos em ansiedade e expectativa, especulando-se como se desenrolará cada folhetim, e que fim se pode esperar da Novela Nacional – O Plano Tecnológico.

A sequência de todos os acontecimentos parece comprovar que o Plano Tecnológico foi – um elemento chave - utilizado como uma espécie de password de candidatura, que contribuiu, e muito, para chegarmos ao actual governo. “A coisa”genericamente soou muito bem e, para uma maioria dos eleitores, aposto que até pareceu muito convincente.
Pessoalmente, devo dizer que pensei que poderia ser uma boa ideia, não por causa da palavra - tecnológico, mas por causa do termo – plano.
Com a excepção do Plano de Fomento, que é uma outra história com que bloqueio…, cá pela terra, acostumámo-nos todos a construir e a agir, por principio, filosofia de vida e atavismo religioso, sempre e obstinadamente, à Escala 1:1 – “… sobe-se uma parede inteira em alvenaria, isola-se, reboca-se, afaga-se e pinta-se. De seguida, lembramo-nos que o que ali ficaria "a matar" era uma janela. Picareta-se a parede, constrói-se uma janela toda catita. Ah! mas no lugar dela, deveria mesmo, é estar uma porta, etc, etc, etc., …, ou, fechando o círculo, uma parede) - daí que, ao ouvir falar em plano e de já estar cansada do jargão “inovação”- pensei: “feliz de quem Deus quer bem, estamos salvos!” – chegaram, finalmente a Portugal, decisões inovadoras - organização e estratégia!.

Alegria de pobre é curta. Esmoreci logo muito, quando ouvi identificar de quem tinha partido a “ideia” – mas enfim, todos nós fazemos muitíssimos disparates, às vezes aprendemos e arrependemo-nos, outras, nem tanto! Mas, no caso, resolvi dar uma colher de chá… e aguardei. Aguardei, aguardei…
Eis se não quando, percebi! - o plano tinha passado, rapidamente, à clandestinidade!
Quando isto acontece, a um plano - ou a um background report – podemos apostar - é tiro e queda! A desgraça está feita! Só pode dar asneira…

Não irão ser para aqui chamados os tratos de polé e as peripécias rocambolescas do referido plano, dignas de poema de cordel: www.secrel.com.br/JPOESIA/cordel.html.
Mas, é bom recordarmos, que durante a Cimeira Luso Espanhola foi subscrito, a 19 de Novembro, um memorando de entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior da República Portuguesa e o Ministério da Educação e Ciência do Reino de Espanha para a criação e operação conjunta de um Instituto de I&D Portugal-Espanha - www.mctes.pt/docs/ficheiros/Acordo_International_laboratory_PT_final.pdf.

Quando o referido plano reapareceu, já não era um plano! Era e é um “puzzle”.
Assim, durante os "happenings" que nos regem, pode sempre dizer-se “isto esteve sempre previsto no nosso plano” – achem a “pecita”, lá no meio daquele monte de pedaços! Até o Bill Gates foi chamado à pedra para colaborar – e também estava escrito, ele estava no plano. Lembram-se?

E, foi assim que, também, na semana passada, se confirmou um grande centro de investigação Luso-Espanhol, na área das Nanotecnologias, comportando 200 investigadores (sic).

Hum,..Hum…, nem se atrevam sequer a pensar nada - sou totalmente a favor da co-incineração, dos alimentos geneticamente manipulados, da energia nuclear e, sobretudo, da nanotecnologia.

A única coisa, que me preocupa é:
Quando é que se resolve?
Quanto é que custa?
Como é que é feito?
Onde se executa?
Quem paga?
Quem beneficia?
Como se vai manter?
Quem se responsabiliza?

À boa maneira dos portugueses, travo logo a caixa registadora, e ponho-me a assuntar.
Vejam ao que cheguei, por alto – nem sequer considerei o facto que os referidos investigadores deverão que ter alguma formação para adaptação às novas responsabilidades - às seguintes contitas, fazendo-as com standards de "AQUELA" pechincha:

Projecto, Construção e Terreno – 50,000,000 €
Equipamento – 2,000,000 €
Despesas de Manutenção e Amortização – 5,000,000 €
Despesas de funcionamento – 1,125,000 €
Mão-de-obra /ano
200 investigadores – 200*30,000 € = 6,000,000 €
100 técnicos e auxiliares -100*15,000 € =1,500,000 €

Nestas condições, para que os custos se equilibrem, será bom prevermos também para o centro clientes PRIVADOS que se comprometam a adquirir os produtos nanotecnológicos, e nos garantam, anualmente, lucros líquidos (meio a meio para nós e para os espanhóis) de pelo menos 5,000,000 € e, simultaneamente, assumam todos os investimentos anuais necessários à criação e desenvolvimento desses mesmos produtos - empresários "tipo perfil Madre Teresa de Calcutá".
Se assim for, estarei na primeira fila, entusiasmdíssima a aplaudir de pé, a nossa Nanotecnologia.
Caso contrário, vou fazer uma birra todos os dias!

Já agora, por favor vejam exemplos de como como nos States se estudam, planeiam e divulgam estas questões:
e

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

coisitas minusculinhas - GRANDES NEGÓCIOS !!!

"Courtesy of Sandia National Laboratories, SUMMiTTM Technologies,
www.mems.sandia.gov"
Dermatophagoides spp - ácaro da poeira
Em homenagem a Armeloc - um comentarista deste spot, optei por deixar "tal e qual" este intermezzo - os versinhos todos da canção infantil, abaixo:
ITSY BITSY SPIDER
The itsy bitsy spider
Climbed up the waterspout
Down came the rain
And washed the spider out
Out came the sun
And dried up all the rain
And the itsy bitsy spider
Climbed up the spout again

The itsy bitsy spider
Climbed up the kitchen wall
Swoosh! went the fan
And made the spider fall
Off went the fan
No longer did it blow
So the itsy bitsy spider
Back up the wall did go

The itsy bitsy spider
Climbed up the yellow pail
In came a mouse
And flicked her with his tail
Down fell the spider
The mouse ran out the door
Then the itsy bitsy spider
Climbed up the pail once more

The itsy bitsy spider
Climbed up the rocking chair
Up jumped a cat
And knocked her in the air
Down plopped the cat
And when he was asleep
The itsy bitsy spider
Back up the chair did creep

The itsy bitsy spider
Climbed up the maple tree
She slipped on some dew
And landed next to me
Out came the sun
And when the tree was dry
The itsy bitsy spider
Gave it one more try

The itsy bitsy spider
Climbed up without a stop
She spun a silky web
Right at the very top
She wove and she spun
And when her web was done
The itsy bitsy spider
Rested in the sun

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Rouxinois e Sabiás

IMAGEM - Inspirada em Fotografia de Luís Henriques S/T


NOTÍCIA!!!!
Dando sequência a um desafio de JVC e às sugestões de parcerias de Beverly Trayner, Darren Kuropatwa aderiu, prontamente, à iniciativa "Feb 28th - Carnival of Blog Translation", e até já iniciou a divulgação em Manitoba e, claro, ao resto do povo, também disponibizou um tradutor automático, para estas andanças.

Não é um previlégio nosso, existirem pessoas como eles?

Quanto ao tradutor automático, vou comparar a tradução que será feita por ele, com a minha tradução para Português, que nunca foi lá essas coisas.

domingo, fevereiro 12, 2006

Ensopado de Ovelha


A justificação do título deste post, que é um fractal de pensamentos recorrentes só será efectuada no final - ocorreu-me, já no ido dia 9 de Fevereiro de 2006, data da aprovação em Conselho de Ministros do Decreto-Lei que regula os graus e diplomas do ensino superior, cujo conteúdo, em rigor, ninguém sabe.

Uma nota prévia - valorizo muitíssimo uma característica de gestão do ministro que, actualmente, tutela o Ensino Superior e a Ciência e Tecnologia no país – tudo o que ele faz ou manda fazer de bom e de mau é sempre divulgado aos quatro ventos.
Isto é, só não costuma saber o que se passa e o que se decide, no seu domínio de governação, quem não queira mesmo saber - assim, tenhamos nós todos a paciência, tempo ou ambos para andar no garimpo de bases de dados, nacionais e das outras, para tricotarmos informações dispersas, com a persistência suficiente para reconstruir uma realidade possível sobre uma a panóplia de especulações – ele de certeza vai fazer isto…, ele só pode pensar aquilo…, ... ele é uma verdadeira peste,...ele é um génio...etc., etc.

No entanto, tivemos todos, como sempre, e até com alguma antecedência de duração indefinida, acesso ao Projecto de diploma que referi no primeiro parágrafo do post.
Admito que a versão final do texto, efectivamente aprovado, seja dotada de aperfeiçoamentos substanciais, mas a proposta conhecida tem aspectos que me deixam perplexa por isso, confesso, mantenho uma secreta, mas insustentável, esperança de que venham a ser corrigidos. Outros há, que, não me dei conta de serem publicamente controversos mas, a meu ver, podem baralhar de vez a causa remota do referido diploma - o processo de Bolonha cá da terra - que está visto, em Portugal se manterá, por um bom tempo, pré-etrusco - sem proveito específico para ninguém que se veja, mas com largo prejuízo de quantos optem pela educação terciária, até que todos os outros percebam que a educação não é um bem fundiário para escritura em propriedade horizontal, e sim um valor para as gerações futuras.
Mas, … adiante!

No caso concreto, e para não complicar mais a questão, recordo apenas alguns aspectos, referidos no Anteprojecto de Decreto-Lei - Graus académicos e diplomas do ensino superior:

Dando de barato, porque de facto até nem foi, em consumo de recursos e de tempo, o estabelecimento dos celebradíssimos (contados, recontados, cantados e até já decantados) Descritores de Dublin - associados ao Projecto Europeu Tuning [7 Áreas, 101 Universidades, 16 países, e inquéritos a 944 empregadores, e 5,183 ex-alunos*, etc., etc..] e desenvolvidos para o 1º e 2º ciclos, pelo “Joint Quality Initiative Group” [mais, precisamente, os que redigiram a proposta "Ba-Ma" - Bachelor-Master Descriptors]. Estes descritores nada mais são que uma aplicação - “chapa 3” - da “psicologizacão” institucional e organizacional da gestão individual do conhecimento, tendo por base a já velhotinha Taxonomia de Benjamim Bloom, 1956, que, por sinal e para efeitos práticos, até é muito controversa - se um dia valer a pena, ainda arengarei sobre este problema...
Pode perguntar-se como é que - depois daquela "trabalhera" toda e de tanto bafáfá académico, para se perceber como é que funcionavam objectivos descritores e competências - assim de repente, não mais do que de repente, em Portugal - se desdobram tão facilmente as duas formações dos dois ciclos em mais duas outras, em harmonia com o subsistema em que se lecciona.

Entender-se-ia muito bem tudo, se a referida subdivisão, a que se chegou, suportasse, em Portugal, objectivos de formação bem distintos num e no outro subsistema. No entanto, o Projecto de Decreto não formaliza nenhuma diferenciação, por um lado, e acaba por colocar condicionamentos idênticos ao leque de competências necessárias, para leccionar os dois ciclos em qualquer dos dois subsistemas.


Reza o Projecto de Decreto:

Competências para atribuição de grau de Licenciado/Mestre
1 - As áreas de formação (as especialidades) em que cada estabelecimento de ensino superior confere o grau de licenciado/mestre são fixadas pelo seu órgão legal e estatutariamente competente.
2 - Só podem conferir o grau de Licenciado/Mestre numa determinada área de formação/especialidade os estabelecimentos de ensino superior que, nas áreas científicas integrantes da formação a ele conducente:
a) Disponham de um corpo docente próprio qualificado, cuja maioria seja constituída por titulares do grau de doutor ou especialistas de elevada competência profissional;
b) Disponham dos recursos humanos e materiais indispensáveis a garantir o nível e a qualidade da formação adquirida;
c
) Desenvolvam actividade reconhecida de formação, de investigação ou de desenvolvimento de natureza profissional de alto nível.
3 - A verificação da satisfação dos requisitos referidos no número anterior é feita no âmbito do processo de acreditação

Todas estas coincidências de redacções até seriam aceitáveis, por se tratarem de critérios de leccionação – mas as condições de ensino estão um tanto fora do tal já gasto e requentado paradigma de Bolonha, ou não?
Mas, continuando…

No fim distorce-se tudo, dizendo que ambos os subsistemas no primeiro ciclo poderão ter exactamente o mesmo número de ECTS e, em ambos, chegar-se até aos 240!
Ou mais, ou mais,.... digo-vos eu, basta uma ajeitadela de argumentação dos "xico-espertos de plantão",...

O que mais me chamou a atenção foi a terceira competência necessária à leccionação do 2º ciclo - áreas de formação (as especialidades) - Desenvolvam actividade reconhecida de formação, de investigação ou de desenvolvimento de natureza profissional de alto nível.

Ora aqui está, para mim, um verdadeiro problema de semântica, mais especificamente de denotação – a quem é que o Projecto de Decreto-Lei se refere para desenvolver actividade de reconhecida formação, de investigação, etc., etc. – são as instituições ou são os docentes?
Sabe-se, por acaso e por exemplo, exactamente, qual é a composição, em ETI (equivalentes em tempo integral) pertencendo a um subsistema ou a outro, e que integram Centros de Investigação deste país, alguns com classificações de “muito bons e excelentes”?
Se calhar, não se sabe muito bem, e podem até surgir grandes e inesperadíssimas surpresas! Diz-me o meu oráculo, que aqueles são dados, verdadeiramente, interessantíssimos.

É por tudo isto, que este Projecto de Decreto-lei é mesmo muito parecido com uma das minhas iguarias culinárias mais famosas e, para todos que, corajosamente, a provam, é sempre inesquecível!!- o meu ensopado de ovelha” – é também orçamentalmente ruinoso, perde-se tempo "à brava", mobiliza muitas/todas as boas e más vontades, vai tudo para a panela, dá uma trabalheira “lascada”, alguns comensais reclamam de fome, os outros de enjoo, induz facilmente um “levantamento de rancho”= vai tudo, sob protestos, comer qualquer coisinha em qualquer outro lado e, na melhor das hipóteses, é como dançarmos com os irmãos - não sabe rigorosamente a nada!
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* Um dos ex-alunos da área de história é nada menos que o Príncipe Carlos de Inglaterra, mas esta é outra história, e outros 500... Um dia prometo que lhes conto.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

तक्षशीला ou الأزهر الشريف


FRACTAL COMPORTAMENTAL

Fonte: http://telemewhereonearth.com/Web%20Pages/Tsunami/tsunami.htm


O título deste post referencia os nomes de Takshashila ( तक्षशीला em Sanscrito) do Paquistão e de Al-Azhar ( الأزهر الشر, em Árabe) no Egipto, que representam para o conhecimento humano dois momentos importantes na história global da educação - porque disputam entre si, a nível mundial, o lugar de primeiro centro de aprendizagem avançada - com o valor que, entre nós, poderemos designar de universidades.
De referir que os focos de aprendizagem avançada diferiram entre o ocidente e o oriente, não só pela influência geográfica de maior abrangência (Ásia ou o Mundo Islâmico) bem como pela selectividade e dominância dos temas focados, ligados à religião no oriente, em oposição à aprendizagem da gramática, retórica e lógica do ocidente.
Para efeitos da contextualizar, no tempo, a formação avançada mostra-se em seguida as datações de algumas entidades consagradas:

Datação de fundação de algumas Universidades
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Universidade de Takshashila, 7º Século AC
Universidade de Hunan, Changsha, China, 976
Universidade de Al-Azhar, Cairo, Egipto, 988
Universidade de Bologna*, Bologna, Itália, 1088
Universidade de Oxford, Oxford, England, 1096
Universidade de Paris, Paris, France, 1150
Universidade de Modena, Modena, Itália, 1175
Universidade de Cambridge, Cambridge, Inglaterra, 1209
Universidade de Salamanca, Salamanca, Spain, 1218
Universidade de Pádua, Pádua, Itália, 1222
Universidade de Nápoles, Nápoles, Itália, 1224
Universidade de Siena, Siena, Itália, 1240
Universidade de Coimbra, em Lisboa, Portugal, 1290
_______________________________
* A Universidade de Bolonha conferiu o primeiro grau Doutoral em Legislação Civil
Na idade média os professores a quem tivesse sido conferido o grau DOCTORATE por uma Universidade auferiam permissão para ENSINAR em qualquer universidade cristã – isto é, em qualquer universidade europeia - jus ubique docendi.
Da mesma forma, na época medieval, o exercício de qualquer profissão especializada, incluindo a de professor, exigia a qualificação de "mestre" e o licenciamento pela sua própria organização profissional específica - Guilda.
Historicamente, o comércio, a tecnologia e a propriedade intelectual estão profundamente ligados às Guildas.
Logo, por motivos históricos a formação a nível de Doutoramento está ligada às Universidades e as Transferências de Tecnologias e Protecção de Propriedade Intelectual às Corporações Profissionais - Guildas.
Assim, desde logo para mim, é por razões históricas que devemos distinguir de forma muito definida as formações e os níveis de qualificações superiores, bem como os objectivos e perfis das instituições que as conferem, o que traduzindo para Portugal - Politécnicos não devem preocupar-se com Doutoramentos, mas as Universidades não se podem preocupar com Transferência de Tecnologia e a Protecção de Propriedade Intelectual.
Das Universidades espero que criem Conhecimento de valor Intangível - Investigação Fundamental - com financiamento público, e dos Politécnicos espero que façam Transferência de Tecnologia - com financiamento contratualizado.
A permissão e/ou a indução governamental de miscigenação de objectivos e de competências, bem como autorizações e promoção do drift dos domínios de intervenção de uns e de outros é muito desfavorável ao desenvolvimento do país, quer do ponto de vista histórico, mas e também, muito especialmente, por razões nacionais económicas e financeiras, assunto que será tema de um outro post.
Num país cuja dimensão populacional é pouco superior à de uma cidade de médio porte, ex. Paris, é ridículo não conseguirmos construir, para a Educação Terciária, Ciência e Tecnologia, um esquema racional de cooperação efectivamente vencedor. Que mais não seja, para seguirmos, em Portugal, as boas práticas de bichos - caso do hipopótamo e da tartaruga da imagem, em que o primeiro com apenas 6 meses de vida adopta como modelo, um semelhante de outra espécie e, simultaneamente, tem o incentivo e a subrevivência acarinhados pela segunda, uma jovem tartaruga com 60 anos de idade, na ilha de Madagáscar - durante o Tsunami de Dezembro de 2004.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Coitadinhos....






Segue-se um fractal Diferente, mas

MUITO FRACTAL - Título: "Se não me engano":
_________________________

Ministro da Educação e Investigação Científica, Mário Sottomayor Cardia, 1976-1978;

Ministros da Educação e Cultura, Mário Sottomayor Cardia e Carlos Lloyd Braga, 1978;

Ministro de Educação e Investigação Científica, Luís Valente de Oliveira, 1978-1979; Luís Veiga da Cunha, 1979-1980; Vítor Pereira Crespo, 1980-1981;

Ministro da Educação e Ciência, Vitor Pereira Crespo, 1981;

Ministro da Cultura e Coordenação Científica, Francisco Lucas Pires, 1981-1983;

Ministro da Educação e das Universidades, João Fraústo da Silva, 1981-1983; João de Deus Pinheiro, 1983-1985; João de Deus Pinheiro; 1985-1987, Roberto Carneiro 1987-1991;
Manuela Ferreira Leite, 1991-1995;

Ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, 1995-1999;

Ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, 1995-1999 (Que subscreu a Declaração de Bolonha); Júlio Pedrosa, 1999-2002;

Ministro da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago, 1999-2002;

Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, 2002-2004 e 2004-2005;

Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, 2005- até....; um reincidente!
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A maioria dos spots em blogs, mas certamente neste, expressam apenas reflexões de natureza pessoal, usualmente construídas, com base em vivências dos próprios autores.
Este spot é um exemplo que ilustra o que acabo de dizer, por isso desculpem-me as reminiscências, mas é assim:
Um colega meu, ligeiramente menos novo e muito, muitíssimo mais experiente, hoje já aposentado (Professor Marques Pinto, brilhante microbiologista), quando lhe aparecíamos à frente, infinitamente culpados e deprimidos e, na prática, implorando misericórdia (por não termos completado um qualquer trabalho dentro dos prazos pré negociados e acordados entre todos) e com um ar de vítimas terminais, alegando fortíssima gripe, dizia-nos sempre, e com um semblante extremamente piedoso: Ah! Compreendo e sou totalmente solidário! Coitadinhos!...….. dos vírus!.

Parece que isto não vem a propósito do tema do blog – Educação Terciária, Ciência e Tecnologia, mas se repararmos bem, pode até ser que sim, e passo a explicar:

Pelo Artigo 73º da nossa constituição, o Governo assume obrigações nos domínios da Educação Cultura e Ciência.

Todos sabemos que os diplomas legais, referentes às Políticas Oficiais de Educação, em Portugal, são sempre documentos muito vagos, no que dizem respeito a focus muito importantes: Quais são os Objectivos Nacionais? Que propostas/medidas devem ser implementadas? Quem assume a responsabilidade e as consequências? Sob que condições podem ser implementadas com sucesso as políticas previstas?

Na ausência de instrumentos legais de referência que, efectivamente, disciplinem com precisão, as referidas políticas, o Governo Português do Sector, e em abstracto, ao longo das últimas décadas nada mais têm feito (melhor, podido fazer) se não emitir declarações que apenas expressam os sonhos e as esperanças pessoais, dos nossos lugar-tenentes do momento (digo do instante!).
Poderemos excluir dos actuais resultados das políticas educativas, todos aqueles que amparam os Governos e ou os ministros nas decisões do momento? As instituições, autarquias e sociedade em geral são alheias, ao estado da arte a que chegámos? E nós, mesmos?
Neste contexto, as políticas das instituições de ensino superior, cá à nossa moda, dotadas de grande autonomia, podem ser avaliadas sob diferentes ângulos, de que são exemplos:
A estratégia da instituição é exclusivamente baseada no desenvolvimento do conhecimento ou na ultrapassagem de constrangimentos ao desenvolvimento que nós queremos? A estratégia da instituição é alicerçada em princípios, é de geração expontânea ou faz a vontade a quem mais grita? Os objectivos que traçou são aceitáveis e exequíveis? Quem participou no traçado das linhas de desenvolvimento? Os meios que estão ao seu dispor são razoáveis e os necessários para alcançar os objectivos que se propõe? Existem indicadores para monitorizar os custos e contrastar os progressos institucionais? Etc., etc.
Foi assim, pensando nestas questões todas, e só com dúvidas, que justo eu - que só sou boazinha nos meus piores pesadelos - hoje amanheci numa de paz e de auto crítica!
Coitadinhos, de facto! Mas, de quem?
De cada um de Nós? De Nós todos? ou.....
dos Ministros que nos tutelam?

sábado, fevereiro 04, 2006

40 bi (€) e/ou um diploma? Uma dinâmica não linear!


Invariâncias de escala
FONTE: http://www.astrosurf.com/lombry/chaos-science.htm
Não será o Senhor William Henry Gates III que, nos visitou nesta última semana, que actualmente:
i) gere um império informático avaliado em 40.000 milhões de Euros (é isso, mesmo! dez zeros, uns atrás dos outros, que nem formigas...);
ii) mobiliza, pela simples presença, audiências que integram uma pá cheia com oito ministérios portugueses e até o Presidente da Comissão Europeia;
o mesmíssimo Bill Gates, garoto-problema - por ser um dos elementos de um grupinho hacker de uma Escola Preparatória de Seatle, e ex-aluno de Direito de Harvard, que não concluiu o seu curso (até não tecnológico) ver em http://ei.cs.vt.edu/~history/Gates.Mirick.html; para, nos fundos de uma garagem, conjuntamente com o seu bando, se dedicar a leituras não curriculares de revistas de "business" e à inovação e desenvolvimento de uma tecnologia de indiscutível sucesso?

Afinal, perante este exemplo, de simplicidade de escolha entre um grau académico - numa das escolas, mundialmente, reconhecidas pela excelência, e o sucesso pessoal na complicada vida real - tendo por base o conselho "escolham sempre o que gostem mesmo de fazer", como se explicam os nossos nacionais requisitos de selectividade/eliminação por elevadas qualificações de recursos humanos, lembrados de cinco em cinco minutos, por alguns dos nossos governantes e académicos?
Poderemos nós especular, que o nosso obstáculo nacional ao desenvolvimento é apenas termos cada vez mais doutores e cada vez menos Senhores?