sábado, abril 29, 2006

A percepção sensorial e a consciência do Nós & dos Outros

Cafezinho demorado este, não?
Mais parecido com participação em boda de etnia cigana... Não fiquem com inveja, não tenho assim tanta sorte!
O que importa é que volto sempre - sou de confiança. Olhem eu aqui de volta!

Tal como toda a gente, as minhas diversas vidas são devoradoras (e não sei se MERECEDORAS) de muito mais tempo e de atenções dirigidas do que as que, por vezes, posso dispensar ... assim, quando me foco, por algum tempo, a algumas das minhas vidas, e depois retorno às outras temporariamente desconsideradas, e relegadas para a sombra do subconsciente dou-me conta de casos extraordinários - como direi?- curiosíssimos.... Vejam, por exemplo, o que me aconteceu:
De repente, ante ontem, a olhar com mais atenção para o espelho não me reconheci - mas afinal, quem é aquela(e) burra(o) ali?
Inicialmente, estava convicta, poderia ser qualquer entidade menos eu... Mas estava muito enganada! Após diversos testes, descobri: Era mesmo EUZINHA, o ADN não mente muito!
Já me tinham dito, que havia pessoas que olhavam para os espelhos, e que julgavam que eram os outros ou vice versa - olham para os outros e pensam que se estão a ver ao espelho, mas isto claro, no meu entender, não podia ser verdade! Mas, acreditem-me. PODE MESMO! Depois eu conto os pormenores.
Simultaneamente, como todos os residentes em Portugal, em matéria de auto-estima do Conhecimento, o meu mar "está flatzinho", decidi ir buscar informação fidedigna a quem, nos diz quem diz que sabe, se pode considerar que sabe.
Como os exemplos vêm do alto, fui direitinha, sabem aonde?
Exacto! Só podia ser aí! Ao MIT - Perceptual Science Group of the MIT Department of Brain and Cognitive Sciences.
Para nós, pelo menos para mim, enquanto nos mantivermos como estamos, não acredito cá em réplicas nacionais - se alguém sabe alguma coisa de alguma coisa - é só lá!
E, é assim, um dos investigadores do grupo que já referi, Edward H. Adelson, Professor of Vision Science - com 14 PATENTES (USPTO) no CV - corrobora:
"Every light is a shade, compared to the higher lights, till you come to the sun; and every shade is a light, compared to the deeper shades, till you come to the night." John Ruskin, 1879.
E adianta-nos, uma demonstração que todos conhecemos, mas talvez se possa aqui, recordar:a) todos precisamos de ajustar a nossa perspectiva - usando como referênciais, os pontos de fuga, "vanishing points", que costumam ser, no máximo, 3 - será bom, se pudermos, procurarmos por mais - agora que sabemos que nem as estrelas são fixas... nunca fiando.
e
b) todos podemos sofrer de ilusões de óptica.
E a realidade?
Esta é, e será sempre só a nossa, e confinada à nossa perspectiva - por isso, que quanto maior número de referenciais, melhor.
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Porque lhes conto isto?
É porque nos próximos posts vou dirigir a minha atenção apenas para o Plano Tecnológico e a sua relação com a educação terciária em Portugal - um, dentre os diversos Works in Progress, do mais alto nível.
Para aguçar um bocadinho a curiosidade, divulgo aqui que nos Estados Unidos, os Registos de Patentes são incentivados a nível geral. Querem ver um exemplo? Por favor, cliquem na imagem - do garotinho Jacob Dunnack e do seu invento!
É..., criatividade começa no berço, ou quase, e também na necessidade.
Torna-se, assim, um bocadinho mais difícil percebermos, porque é que a inovação em Portugal, só é expectável de algumas instituições - as Universidades - não será melhor restringir a inovação, só aquelas autorizadas a subscreverem o protocolo ajuramentado com o MIT?
Depende da(s) perspectiva(s) e do(s) ponto(s) de fuga e de vista, de quem se convence da sua própria realidade, e dos outros que se convencem que a podem compartilhar.
Depois do que aqui já disse, por mim, digo-vos: estão quase, quase a convencer-me! Explicarei o por quê!

Tentem não perder os próximos capítulos!

terça-feira, abril 25, 2006

Vai um cafezinho?


Não se pode tratar de um pensamento do Professor de Filosofia e de outros saberes (hoje dir-se-ia de banda larga) - do personagem Pangloss de Candide, l'Otptimist de Voltaire, mas hoje andei à procura aonde tinha lido a afirmação "Os optimistas pensam que vivemos no melhor dos mundos. Os pessimistas acham que eles tem razão."
Revirei tudo, apontamentos, livros e papeis, mesmo ficheiros antigos de "micros" merecidamente aposentados, e.... é claro, que não encontrei - mas, seja quem for que disse isso tem razão.
Depois de rever/reler textos e mais textos (qb). que descrevem o (des)equilíbrio entre optimismo e o pessimismo, encontrei uma metodologia para não definir, imediatamente, se estou ou não optimista - podemos sempre, à cautela, tentar registar e arquivar devidamente, os acontecimentos actuais...e, de preferência, não extraviando, as informações e impressões coligidas... Conferimos os resultados só depois - é o que vou fazer. Assim, seremos sempre realistas!

domingo, abril 23, 2006

Neurocirurgia das suposições

Retomámos as nossas rotinas estratégicas, lá voltamos nós aos invariáveis procedimentos - estimamos com um micrómetro, medimos aos palmos e cortamos com machado.
Para mim - e apesar de me fechar a fazer contas e de consultar diversas bases de dados, foi-me impossível perceber exactamente o que se quiz/quer dizer com o "Compromisso com a ciência para o futuro de Portugal".
Antes de mais os registos nacionais nas diferentes bases (UNESCO, EUROSTAT, OECD e OCES) não são semelhantes, mas isso já vou passando por cima.... - os números são meramente indicativos - no entanto, ficar-nos-ia bem rectificar,... digo eu.
Mostro-lhes aqui, até onde eu consegui chegar, e alguém melhor preparado, pode ser que consiga avançar em segurança.
Começo logo com uma dúvida - qual é o horizonte temporal deste compromisso? Já todos sabemos que com um prazo infinito, que remédio teremos nós se não atingir a perfeição....
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Metas fixadas>> Significado
1) Atingir 5,5 investigadores (ETI) por mil activos (eram 3,5 em 2003 em Portugal e 5,5 na UE 25) >> Em 2003, tínhamos em Portugal, 5,460,000, activos e cerca de 19,110 ETI investigadores, admitindo que o número de activos não se modificará no período do compromisso (qual é que este é?) teremos então, em 2009, 27,300 investigadores, representando, no final, um acréscimo moral (mas não só) de massa salarial bruta da ordem 245,000,000 Euros. Acho estranho o compromisso não descrever o que se espera que seja feito por esses investigadores - estamos a falar de mais cerca de 8,200 investigadores - parece ser muito pouco espera-se uma vaga colaboração para mais 200 publicações científicas por ano, e para mais 6 patentes (INTERNACIONAIS) por milhão de habitantes, mesmo que estas sejam de facto REGISTADAS - por Portugueses de Portugal ou que residam em Portugal - na USPTO e na EPO e sejam, efectivamente, RENTÁVEIS - o que também não é garantido. Não vejo vantagens, para o país, em registos de patentes internacionais que não se convertam em dólares. E, por outro lado há desenvolvimentos que podem ser muito interessantes (monetariamente) e não levam a registos de patentes. É só pensarmos na Coca-Cola. Aliás, esta melhor produtividade e eficiência poderia é pedir-se à massa de investigadores que já existe.
2) Passar de 1,000 para 1,500 novos doutoramentos/ano. >> Esta meta será muitíssimo louvável se garantirmos aos que se empenham e investem as suas vidas e tempo, neste nível de formação, melhores perspectivas de ocupação profissional, se não, pelo menos, garantias profissionais. Isto porque, tanto quanto se sabe, o número de doutorados formados ou reconhecidos, em Portugal desde 1970 a 2004, a este nível, são cerca de 12,850; destes, não mais de uma centena foram absorvidos pelas empresas privadas e, provavelmente, cerca de 5% afastou-se do sistema, por circunstâncias normais da vida/morte. Todos os outros foram/serão ou terão que ser absorvidos, directa ou indirectamente, pelo funcionalismo público...- e aqui é que reside um problema.
O que faremos, exactamente, então aos doutorados que já temos (sobrando), e a outros 1,500 doutorados/ano? O compromisso não é claro, a este respeito!
Não se poderá chamar a actividade privada para, de alguma forma, endossar ou subscrever, desde já, o compromiso? Em alternativa, projectos de iniciativa privada, com financiamento público, obrigariam à contratualização directa de formações a esse nível - para se irem habituando, sem andarem a angariar auxílios (naquela faixa) via a utilização de instituições públicas, como agentes.
Ao que sei, entretanto, prepara-se mais uma boa fornada de novos doutorandos, que se irão ver obrigados a assobiar e a chupar laranja em simultâneo (assegurarão as suas aulas, nas suas instituições de origem), se não quizerem perder os seus lugares pouco seguros contratualmente, refiro-me é claro aos docentes do sacrificado sistema politécnico!
Falando nisto, não se percebe nada bem o que se espera deste subsistema, neste ambito da ciência e tecnologia. E isto, não bate certo com o Estatuto da Carreira do Ensino Superior Politécnico ( em vigor?). Sei que não é isto, o que aflige o país, mas para os envolvidos, a situação precária em que se encontram não será desmotivante?
3) Aumentar 50% o número de novos licenciados por ano, em S&E.>> Pessoalmente, estou de acordo, o percentual nosso é muito baixo (cerca de 50%, face à OCDE e à EU25. Mas, ainda não vi a posição concreta do nosso sector privado, sobre esta matéria. O sector privado que cresceu, em Portugal, nos últimos tempos, foi o de Serviços - usualmente, mais ligado à gestão, no sentido lato - e não ao sector secundário da produção e da transformação - ligados à Tecnologia e Engenharia. Este aspecto, no entanto, é muito vantajoso - os engenheiros habituaram-se à versatilidade - conseguem fazer TUDO - o que é, em si mesmo, uma mais-valia.

4) Duplicar o investimento público em Investigação Científica, passando de 0,5% para 1,0% do PIB. >> Isto, em EUROS ( € ), significa mais ou menos o seguinte:
  • passar a comparticipação pública de 1,300,000,000 Euros (2003, e que é 0,61% do PIB e não de 0,5% do PIB), para 1,600,000,000 € (em 2009),
  • passar a comparticipação do investimento privado de cerca de 327, 523,000 € (em 2003) para cerca de 1 152 000 000 € (em 2009).
DÚVIDAS MÁXIMAS:
A - Mais ou menos sabemos que o Senhor Primeiro Ministro tem alinhado com todas as propostas do MCTES. Mas, e Sua Excelência o Senhor Ministro da Economia e os Representantes da Actividade Privada? Também, já se comprometeram com este compromisso?
B - Em que fórum nacional se discutem, decidem e aprovam estes compromissos?
Pergunto isto, para que:
  1. as boas ideias/intenções ultrapassem, rapidamente, a fase de preces e orações intimistas,
  2. e, para que não nos vejamos a pular da frigideira para a fogueira!
C - Entretanto, irá subir para 3% do dos valores nacionais do PIB, a comparticipação financeira da Investigação e Desenvolvimento, pensada a nível Europeu para cada país, o que irá tornar todo este nosso esforço num mito de Sísifo - mas, é verdade, precisamos começar por algum lado.
D - Não é também nada explícito, no compromisso, o que se espera do subsistema politécnico na investigação, para além de se ser a fonte de fornecimento de doutorandos "na amarra". Isto, admitindo que o "tipo" das formações previstas para o politécnico - profissionalizantes/vocacionais - beneficiem desse nível de formação - o que para mim não é ainda, um dado adquirido.
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Principais Elementos Consultados:
  1. OECD Factbook 2006: Economic, Environmental and Social Statistics - ISBN 92-64-03561-3 - © OECD 2006.
  2. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, 2005. ISBN 92-894-9422-0. © ECSC-EC-EAEC, Brussels. Luxembourg, 2005.
  3. Key Figures 2003-2004. Towards a European Research Area. Science, Technology and Innovation. EUR 20735 EN.
  4. PRINCIPAIS INDICADORES MACROECONÓMICOS - PORTUGAL. Departamento de Prospectiva e Planeamento http://www.dpp.pt/gestao/ficheiros/quadro1.pdf.
  5. Bases de Dados do Observatório Da Ciência e Ensino Superior.
  6. Projecções de População Residente, Portugal e NUTS II. 2000-2050. DECRÉSCIMO E ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO ATÉ 2050. INE. 31 de Março, 2004.
  7. Towards a European Research Area. Key Figures 2001. Special edition. Indicators for benchmarking of national research policies. Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, 2001. ISBN 92-894-1183-X. © European Communities, 2001.

quinta-feira, abril 20, 2006

g-LOC

Na página do MCTES publicou-se hoje o seguinte "UM COMPROMISSO COM A CIÊNCIA PARA O FUTURO DE PORTUGAL". Vencer o atraso científico e tecnológico.
Não sei bem como classificar esta publicação - mas, no geral, gostei bastante! Mostra que se está a ordenar ideias - o que, no caso, até parece ser necessário.
Parece assim, a modos que um "post-it" - é preciso lembrarmo-nos de não nos esquecermos que precisamos de... ainda....
Mas, como tem meia dúzia de números - a moda está a pegar- (desculpo literalmente qualquer coisa a qualquer um, se me põem números na frente - dão, pelo menos, para eu estimar os prejuízos e solicitar indemnizações de perdas e danos) - fiquei logo muito interessada e empolgadíssima.
Agora vou fazer contas, e depois digo-lhes alguma coisa.
Mas o título do post e a figura já traduzem muito bem as primeiras impressões sobre o conteúdo, e o verde não simboliza a minha esperança.

quarta-feira, abril 19, 2006

Cocked-eye


Às vezes, tendemos a não "querer ver" de frente as coisas que nos incomodam...Ninguém me pergunta, mas se me perguntassem, se esta é uma forma correcta de proceder, eu diria que definitivamente não é! Mas, há situções em que não olharmos, para não sermos vistos, é mesmo o mais aconselhável....mas ainda voltarei a este tema, neste post.
Gostei de ler as reacções, atribuídas a especialistas, pelas autoras do texto intitulado "Retrato do ensino superior levanta soluções diferentes no sector", e publicado ontem no Diário Económico.
Desde logo, uma nota circunstancial verdadeiramente positiva é que a designação de "Background report" entrou, finalmente, no léxico nacional. Até já no MCTES, é assim publicamente referido. ISTO É O QUE SE CHAMA PROGRESSO!.
Tomara que a expressão não se gaste, à medida que aumentarmos a a nossa concentração de especialistas, tal como aquelas outras: inovação, emprendedorismo, internacionalização, criação de valor acrescentado, competitividade, registo de patentes (cá dentro e lá fora, a granel e em profusão) e outras tais... que sei eu?.
Uma segunda nota positiva é que o rascunho do dito relatório parece que existe mesmo - afastando de vez a teoria de que só poderia ser mais uma fantasia do imaginário popular.
Uma terceira nota muito positiva, a meu ver, é que exceptuando a questão da representação das entidades externas no governo das instituições de ensino superior (porque o olhar dos "outros" é imprescindível, para tomarmos consciência do "nós", instituições - e, também, não comungo nada da ideia que essa participação das entidades externas tenha que ser conseguida à custa da redução da representação dos estudantes ou sequer que a acção das entidades externas se possa a converter num controlador de pressão do sistema), concordei inteiramente com todas as as outras impressões/opiniões que foram atribuídas ao aluno. Eu mesma, estou-me estranhando, mas é assim mesmo!
Uma quarta nota positiva vai para Pedro Lourtie - porque é mesmo incansável a tentar que as pessoas desconfiem das involvências e implicações "FAVORÁVEIS" do Processo de Bolonha; e depois porque avalia previamente consequências de uma determinada linha de acção, e tenta propor alternativas. Agora parece que está a mudar de ramo... mas de qualquer jeito é um lutador, porém, publicamente é demasiado educado e excessivamente conciliador do incompatível, para meu gosto. Assim, ele irá morrer muito, mas muito velhinho, a tentar fazer com que nós percebamos o Processo de Bolonha... pode até ser, quem sabe, que consigamos atinar porque, e ao contrário do que ele mesmo afirma, vão por mim, há Milagres!
Uma quinta nota, quase, quase positiva, vai para o Presidente do CCISP, porque está provado que quer pertencer ao clube da quantificação do que fala. Isto é mesmo inovação em Portugal. Os outros todos costumam achar isto, achar aquilo... sem (ao que se saiba) terem perdido ainda nada. Deixo uma pequena contribuição ao Senhor Presidente do CCISP - deve procurar ser mais rigoroso ou, pelo menos, identificar as fontes e rever as contas - volta não volta, ele engana-se (a favor das suas teses). Porque é assim: Na Finlândia, assim como noutros países (e podem mostrar-se os números) é normal os governos estarem a promover políticas de aumentos substanciais de quota-parte dos alunos de formação superior, não universitária, e percebe-se bem o por quê - nós é que somos sempre de facto muito originais. Mas, os números da Finlândia, aferidos a 2003, que de acordo com o próprio Ministro da Educação finlandês devem ser obtidos directamente do Eurydice//Information Network on Education in Europe (Eurybase) são estes:
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Universidades: Total de inscritos - 174,324 (57.6%); matriculados pela primeira vez - 20,461 (38,4%);
Politécnicos: Total de insctitos - 128,270 (42.4%); matriculados pela primeira vez - 32,842 (61.6%)
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Estes números são um tanto diferentes dos atribuídos ao Senhor Presidente do CCISP (80% - Politécnicos e 20% - Universidades) ... mas devagarzinho, este senhor vai argumentar também, numericamente, na perfeição. Esperem só para ver....De resto, no que diz respeito às opiniões, a que o texto lhe atribuiu autoria, até que também concordo inteiramente com ele. Isto é absolutamente inédito, acredite quem quizer!
Quanto aos restantes especialistas, o Messier de La Palisse não conseguiria ser mais preciso, objectivo e informativo - ele é o financiamento insuficiente, ele é o nosso governo que não se preocup(a)ou, ele é a multiplicidade de instituições (sem qualidade, sempre e só as outras , nunca as próprias), ele é a desorganização da rede de ensino, ele é a necessidade de aumentar a duração dos cursos (porque os alunos só podem aprender bem, se estiverem amarrados directamente a eles, e quanto mais tempo melhor) etc, etc, etc. - as exigências, a carpição, as lamúrias e as queixinhas do costume... Daí que, também têm uma nota .... mas aonde raio, é que assentei as notas deles? Quando as achar eu divulgo.
Hoje estou magnânima....
É por isso que, efectivamente também concordo que, é perfeitamente natural ao afrontamos os problemas, que as soluções dêm um bocadinho mais de mão-de-obra, ralações e muitas chatices. Eu dou-me conta que ("raramente") também faço como a maior parte das pessoas pouco consistentes, porto-me como o gato da imagem (entorto os olhos - cocked-eye) - vejo tudo de viés e desfocado, mas..., essencialmente, conto é mesmo que a mosca não me veja!
De facto, custa-me horrores pensar que é preciso ajustar as formações nacionais às outras internacionais, e ao mercado de trabalho que temos, sem esquecermos os requisitos do mercado externo, que o mercado de trabalho que temos, rapidamente precisa de encontrar soluções para uma estratégia de valorização económica, para que por sua vez possa sentir que deve recrutar pessoas cada vez mais qualificadas (e que estas, realmente, o sejam). Que as pessoas que se qualificam tenham que ser dotadas de pensamento estratégico e estejam dispostas a correr riscos e sejam competitivas.
Mas, para tudo isso, é preciso que quem diz que lhes dá formação de qualidade, lhes incutam valores, principios e dêm exemplos de atitudes estimuladoras do empreendedorismo, desde crianças, permanente e preferencialmente, desde o berço... mas...
Assim, para não nos apoquentarmos e maçarmos, é melhor de facto não percebermos bem, o que precisamos mesmo de fazer, e fingirmos que os outros também não precisam fazer nada... Alguém há-de resolver. Não é verdade?

domingo, abril 16, 2006

Os outros Dire Straits



Ah, bravo leitor deste post, não eram a esses Dire Straits (os daquela banda famosa do Mark Knopfler) a que me refiro, estava a pensar nestes ".....And if we are able thus to attack an inferior force with a superior one, our opponents will be in dire straits" da Arte da Guerra - por isto:
Há cerca de duas semanas, a meio de uma animadíssima conversa com pessoas altamente responsáveis pela educação politécnica das engenharias e tecnologias - e que, diga-se de passagem, muito considero e admiro, porque a destacarem-se por alguma coisa, será sempre pela sobriedade e bom senso - ouvi-lhes a seguinte afirmação:
- A educação politécnica - se bem que obviamente não planeada, pela tutela - está a ter a sua maior oportunidade de sempre!
Na altura, digo-vos, fiquei desprovida de fôlego e de pio. A sério que só pensei:
“Deususlivre!”
Estão já com alucinações!... Mas, afinal, a variante humana da gripe dos frangos, em Portugal, tinha mesmo que começar por alguém.
Logo em seguida, acrescentaram: O nosso desempenho e atitudes de engenheiros podem e devem ser continua e permanentemente aperfeiçoados desde, muito cedo – e esta é a fabulosa oportunidade de intervenção da formação politécnica.

Na altura quiz morrer, mas não tive vagar! Permaneci muda e queda!...
Mas, pelo facto das pessoas que falaram serem quem eram e da mais absoluta confiança, resolvi repassar aquelas ideias deles a limpo, e vejam ao que cheguei:
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1 º - O mal do sistema educativo, em Portugal, resulta invariavelmente de “quando estão em causa problemas agudos, nos mostrarem as coisas de maneira obtusa, discutidas aligeiradamente, em mesas redondas, por gente quadrada”.
A abordagem mais segura será observar sempre as questões de forma integrada podendo, para o efeito, analisarmos com algum cuidado, como se perspectivam internacionalmente os casos mais complexos já que, ao contrário de nós, os outros seguem por princípio visões e políticas estratégicas.
Comecei então a minha pesquisa, pela International Labour Organization (ILO ou OIT) – da qual Portugal é apenas um dos 178 membros - e, de entre pilhas de documentação disponível, achei a notável “Recommendation concerning Human Resources Development: Education, Training and Lifelong Learning”, estabelecida como resultado da General Conference of the International Labour Organization, Geneva, do Governing Body of the International Labour Office, na sua 92ª sessão de Junho 2004 (é pequenino, são no total 16 páginas - http://www.ilo.org/public/english/region/ampro/cinterfor/news/rec195en.pdf).

Este documento, a meu ver, é precioso, e explica muita coisa, mas o mais importante é que esquematiza e sintetiza o problema da formação de recursos humanos.
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2 º - Os objectivos que extraí dessa recomendação (195ª), a última publicada, são:
lifelong learning - encompasses all learning activities undertaken throughout life for the development of competencies and qualifications;
competencies - covers the knowledge, skills and know-how applied and mastered in a specific context;
qualifications - means a formal expression of the vocational or professional abilities of a worker which is recognized at international, national or sectoral levels;
employability - relates to portable competencies and qualifications that enhance an individual's capacity to make use of the education and training opportunities available in order to secure and retain decent work, to progress within the enterprise and between jobs, and to cope with changing technology and labour market conditions.


De entre a pormenorização que pode ser sublinhada, na recomendação195ª, é que toda a questão do Desenvolvimento dos Recursos Humanos exige uma abordagem integrada – ENTREPRENEURS que precisam assegurar Productivity, Competitiveness and Mobility; TRAINING INSTITUTIONS pela responsabilização formal que devem assumir no Projecto dos Curricula, Relevance e Attention to demand; TRADE UNIONS por se preocuparem com o Training, Bargaining and Compensation das formações; e, finalmente, o GOVERNMENT que deve garantir a Equity, Employment e Transparency. Também de referir o destaque que terá a formação não formal dos recursos humanos, bem como a conveniência de se aproximar e tornar permeável a fronteira entre a aprendizagem não formal, relativamente, à convencional através da certificação de competências.
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3º- Trabalhando, de forma sistemática, nestas políticas - tendo em consideração o Training and learning for competence - Second report on vocational training research in Europe. Vocational Education and Training (VET) comprises organized or structured activities which aim to provide people with: Knowledge, Skills, Competences to perform a job or a set of jobs - diversos países, de que se destacam o Canadá, a Nova Zelandia; o Reino Unido; a Australia e a África do Sul, estão em processo de definição da NFQ (National Framework of Qualifications).
De uma forma geral consideram as formações profissionais classificadas por dois critérios:
1) Skill Type
i. Keeping the land, plants and animals; ii. Extraction of natural resources; iii. Engineering; iv. Manufacturing; v. Transportation; vi. Goods and services; vii. Social and Health Services; viii. Financial and Business Services; ix. Communication10 e x. Development of knowledge
2) Skill Level
– initially, four to five levels of education/training. Actually to align all education system, they were revised to 8 levels - see them here.

O mais interessante é podermos ver uma síntese do que conseguiu o Reino Unido (no caso a Inglaterra) quando a metodologia é devidamente aplicada às Engenharias.
Click na imagem, para obter uma outra mais legível em versão powerpoint, ou alternativamente e melhor, vá à página http://www.enginuity.org.uk/enginuity/getting/cln07v7.pdf
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CONCLUSÕES:
  • Na altura, as pessoas presentes não pormenorizaram, mas não há dúvida que têm razão. Para o politécnico é uma via que é muito interessante, e já que poucos estão a trabalhar nisso apraz-me muito, que sejam instituições politécnicas a pensarem diferente.
  • Esta recomendação, bem como a demais documentação de suporte, vão muito mais além com detalhes suficientes, e explicita tudo o que os países membros da ILO são recomendados a executar, referindo ainda as pistas e exemplos de como o conseguir.
  • Daí que, das duas uma – ou nos mantemos membros e seguimos as linhas de força da organização (estão bem pormenorizadas e percebem-se muito bem) ou, corajosa e orgulhosamente sós, afastamo-nos, porque o nosso pequeno mundozinho é sempre muito especial e uma outra coisa à parte – já o fizemos, pelo menos, uma vez....no século passado – temos competências inatas para repetirmos a proeza.
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Principais referências:
  1. “Recommendation concerning Human Resources Development: Education, Training and Lifelong Learning”, estabelecida como resultado da General Conference of the International Labour Organization, Geneva do Governing Body of the International Labour Office, na sua 92ª sessão de Junho 2004.
  2. Descy, Pascaline;Tessaring, Manfred. Training and learning for competence. Second report on vocational training research in Europe: executive summary. Luxembourg: CEDEFOP, 2002. 52p.
  3. Vargas Zuñiga, Fernando. 40 Questions on Labour Competency. Montevideo: CINTERFOR/OIT, 2004. 135 p. (Papeles de la Oficina Técnica N° 13). ISBN 92-9088-182-8.
  4. SENAI, Metodologia de Elaboração de Desenho Curricular Baseado em Competências, Brasilia, Brasil, 2002.

quinta-feira, abril 13, 2006

Sorte malvada..., a dos "arredores"


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O meu nome é Cacao, e agora a "capataz deste beco e dos arredores" diz que nestes próximos diazitos se vai dedicar a mimzinho e aos outros "donos dela" - assim, desejo aos visitantes do beco, um excelente descanso de Páscoa! Já que nós...Bem,... se me perguntarem, eu digo!
Deixo-lhes um restinho de ovo de chocolate; tudo o que falta comi eu, para repor o teor da tal de seratonina porque - com "alguém" a anunciar que vai devotar um tempinho, em exclusividade, aos "arredores" - estou a precisar de uma transfusão urgente de sangue de barata, e vocês sabem o por quê!
Vejam que pouca sorte a minha... e a muita que alguns têm, vocês sabem quem,... é que ficarão, ao contrário da gente, um parzito de dias, com "vidinhas de algodão em rama. Do jeitinho que o Diabo gosta"!
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quarta-feira, abril 12, 2006

Resta sempre o mau temperamento do cão!


No livro de Lewis Carrol, Trough de Looking Glass, a Rainha de Copas - recentemente, tão citada - no meio de um diálogo tem a seguinte afirmação.
...Take a bone from a dog: what remains?.... 'The dog would lose its temper, wouldn't it?'
Uma pessoa conhecida disse-me que tenho o perfil psicológico do pit bull (americano).
Para lhe provar que essa ideia não corresponde nada à realidade, demonstro aqui, mais uma vez, e perante quem se interessar, a minha vocação inata para a socialização e para diálogo:
MCTES/fim: "O processo de avaliação internacional do sistema de ensino superior português solicitado pelo Governo à OCDE em Novembro de 2005 prossegue com uma visita da equipa de avaliadores a Portugal durante a segunda quinzena de Maio, devendo o relatório final ser apresentado até ao final de 2006".
EUZINHA: Foi um processo tardio mas, como diz ou outro, mais vale nunca do que cedo!
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MCTES/fim: "Trata-se de uma avaliação extensiva, independente e objectiva do ensino superior português de acordo com critérios internacionais, tendo como um dos seus principais objectivos aconselhar e orientar a reorganização e racionalização do sistema de ensino superior à luz das melhores práticas internacionais. O processo incluiu uma primeira visita do Director de Educação e Formação da OCDE a Portugal durante o mês de Fevereiro, durante a qual foram estabelecidos contactos com os principais parceiros institucionais e sociais, incluindo reitores, presidentes de instituições politécnicas, investigadores, estudantes e empregadores, assim como sindicatos e representantes de instituições patronais."
EUZINHA: Identifique lá, só para mim, as pessoas, e a agenda das reuniões que se efectuaram, e os resultados dessas conversações tão alargadas. Sei de muitos parceiros que refere, e que não estão nada a par desses contactos. Estaremos perante situações de "Inside trading?".
Quem é que não está a contar bem esta estória toda?
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MCTES/fim: Nos termos acordados com a OCDE, está prevista a elaboração de um relatório nacional de enquadramento com informação sobre a evolução do sistema de ensino superior, o qual deverá ser enviado pelo MCTES à OCDE até ao final de Abril, após ouvidos os parceiros institucionais e sociais. O documento em causa, o “Background Report”, está a ser elaborado por um secretariado técnico nacional, tendo uma primeira versão de trabalho sido distribuída para parecer pelos parceiros institucionais e sociais referidos acima.
EUZINHA: Ao contrário do que recomenda o Senhor Director da Educação da OCDE - pelo qual o background Report deve ser um documento de produção amplamente participada - o Background Report sobre o ensino superior português é mais um de entre os diversos documentos nacionais "classificados", do MCTES, feito por uma equipa também "classificada"- um anónimo e confidencial secretariado técnico nacional - sobre o qual será dada a seguinte oportunidade democrática: tem 3 dias para emitir a sua opinião, o prazo já começou a contar! 3, 2, acabou!
Já agora, MCTES/fim diga-me se este documento - com laivos de confidencial - irá ser arquivado, na Torre do Tombo, e se só se poderá ter acesso, para efeitos de investigação académica documental, daqui a.... 50 anos?
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MCTES/fim: O relatório compreende elementos de caracterização do ensino superior, incluindo o número, tipo, dimensão, localização geográfica e distribuição das instituições e dos principais programas de estudo e actividades de ensino e de investigação em instituições universitárias e politécnicas, públicas e privadas.
EUZINHA: Meu Deus do Céu... Se o documento é constituído por estatísticas da OCDE, afinal, quem é que vai apreciar quem e o quê? É a OCDE que nos apreciará, com base nas informações estatísticas deles, e com a consideração das perspectivas e condições reais de TODOS os interessados? Ou, somos nós que lhes teremos que pagar, para lhes revermos as contas das informações estatísticas, que deveriam ser da autoria deles?
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MCTES/fim: A próxima visita a Portugal da equipa da OCDE incluirá várias entrevistas e contactos institucionais, de forma a garantir a independência do processo solicitado pelo Governo à OCDE.
EUZINHA: Como é que disse que se garantia a independência?
Escapou-me a metodologia! Ajude-me lá a compreender!
Já há escalas para as entrevistas?
Já se identificou bem quem é que está, e em representação de quem, e se há legitimidade para o fazer.
Assim, é que haveria transparência e/ou responsabilização.
De outra forma... nem uma coisa, nem outra.
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MCTES/fim: Como previamente acordado e na sequência de procedimentos já adoptados pela OCDE noutros países, o relatório final será divulgado após discussão e aprovação no Comité de Educação da OCDE, que se realizará em Dezembro em Lisboa.
EUZINHA: A OCDE, toda a gente sabe, tem procedimentos.
O que precisamos de saber é se nós garantimos a nossa parte.
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Dica, truque e quebra-galho, inteiramente, gratuito para o MCTES/fim- Para se "tapar" o sol, é muito mais funcional, eficaz e baratinho o uso de peneiras do que "filtros" UV.
Ah! E, estou mesmo com péssimo temperamento! O do pit bull (americano).
A pessoa minha conhecida tem razão.
Não gosto mesmo nada que se apregoem transparência, isenção e demais procedimentos democráticos e se demonstre, nas acções, outra coisa qualquer... Fico sem o osso!
:((

sábado, abril 08, 2006

Um dia é da caça, outro é do caçador...


O título da imagem, para mim, é sugestivo: "Out of line"- é arte digital 3D que, quem gostar, pode encontrar nesta galeria.
Esse nome vem a propósito desta curiosidade que encontrei na página de Heródoto Barbeiro - um articulista e formador de opinião, classificado em 3.021.414º lugar a nível mundial, em termos de acessos à sua página, pela a9.com, empresa do grupo da Editora Amazon.
Confesso-vos que não sei ao certo o que está suposto, como correcto, pensarem as pessoas sérias , sobre a referida curiosidade, mas eu... ri.

quinta-feira, abril 06, 2006

NÃO, Senhor Primeiro-Ministro!



O post de hoje - e, acho que não vou parar por aqui - traduz a minha reacção sumária, ao primeiro ponto da Intervenção do Senhor Primeiro-Ministro no debate mensal na Assembleia da República: «Um Compromisso com a Ciência para o Futuro de Portugal», 29-03-2006
PM: Quatro indicadores, retirados dos últimos dados oficiais, dão-nos bem a ideia da situação em Portugal, quando comparada com a situação dos nossos parceiros europeus.
PM:Em Portugal, o investimento total em investigação e desenvolvimento é de 0,79% do PIB, quando a média europeia está já nos 1,9%, ou seja, mais do dobro;

EUZINHA: CONCORDO, MAS O SENHOR SABE TAMBÉM QUE A MAIOR PARTE DO INVESTIMENTO EUROPEU, EM R&D, 61%, É PROVENIENTE DE EMPRESAS PRIVADAS E, SOMENTE, CERCA DE 30% É RESULTANTE DO INVESTIMENTO PÚBLICO, O RESTANTE É OBTIDO POR FINANCIAMENTOS DE OUTRAS ORIGENS, ex. internacionais. Estamos a assumir que estes indicadores se reportam a que ano? 2003?
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PM: O número de investigadores por mil activos é, entre nós, de 3,5 quando na União Europeia chega já aos 5,5;
EUZINHA: CONCORDO! MAS OS INVESTIGADORES EUROPEUS NÃO INVESTIGAM COMO A LARGUÍSSIMA MAIORIA DOS NOSSOS, EM “TIME SHARING”(~50% do tempo), EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (Leia-se, em Portugal, Universidades).
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PM: O número de novos doutoramentos em áreas científicas e tecnológicas em Portugal é pouco mais de metade da média europeia;
EUZINHA: E DAÍ? PRECISAMOS MESMO DE MAIS DOUTORES? PARA QUÊ? PARA AS EMPRESAS PRIVADAS, OU PARA AUMENTARMOS O COMPROMISSO ESTATAL COM EMPREGO CIENTÍFICO PÚBLICO – SE ASSIM FOR, SÓ AGRAVARÁ A COMPARTICIPAÇÃO PÚBLICA, SEM INDUZIR, COMO DEVERIA E PRECISARÍAMOS, A INTENSIFICAÇÃO DA INICIATIVA PRIVADA DESTE PAÍS - ESTAREI ERRADA? OU É A INICIATIVA PRIVADA É QUE É A NECESSÁRIA!? NÃO DEVERÍAMOS, ENTÃO, IR POR AQUI?
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PM: O número de patentes registadas, internacionalmente, é em Portugal 7 vezes menor do que em Espanha e 40 vezes inferior à média da União Europeia.
EUZINHA: SIM, MAS, ALÉM DE PRECISARMOS DE SABER MELHOR A QUE PATENTES SE REFERE... Precisaríamos de mais informações, não é? Ver um ficheiro aqui! e outro aqui, na página de João Vasconcelos Costa, que fez o favor de publicar este meu "relambório", só recomendo a sua leitura a quem tenha interesse genuíno, tempo e paciência para estes assuntos.
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PM: Os números não enganam: esta é a medida do nosso atraso e esta é a situação que temos que alterar.
EUZINHA: CONCORDO! MAS NÃO DA FORMA COMO PROPÕE, MUITO RESUMIDAMENTE, PELOS MOTIVOS QUE AQUI LHE DEIXO!
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PM: O caminho, portanto, é claro: é necessário dar um novo impulso, um impulso decisivo, para que Portugal vença o atraso científico e tecnológico.
EUZINHA: CONCORDO. MAS O QUE É NECESSÁRIO É MODERNIZAR AS EMPRESAS QUE TEMOS. E QUE SÃO ESTAS SENHOR PRIMEIRO MINISTRO: "Em 2001, exerciam actividade, em Portugal, 245 564 pequenas e médias empresas (PME), as quais constituíam 99,5% do tecido empresarial nacional e eram geradoras de cerca de 75% do emprego (1,9 milhões de postos de trabalho) e de 59% do volume total de negócios do país (137,8 mil milhões de euros).
Sabe, que são as pequenas e médias empresas as que, em Portugal e relativamente à Europa, têm maior índice de inovação intramuros 139 contra 100 da União Europeia (Fonte: European Innovation Scoreboard 2005 Database) - até hoje, entre nós, a comparticipação visível para a inovação não é proveniente das universidades, e olhe que não tem sido por falta de investimentos públicos!
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EUZINHA: E agora Senhor Primeiro Ministro?
1- Não queira dar nós em pingos de água! Primeiro porque é difícil, e depois porque os cidadãos comuns, como eu, já vamos fazendo umas contitas simplitas, sabe?
2- Não acha melhor ouvir também os empresários que nós realmente temos, e não pessoas que nunca tenham pisado perto do chão de uma fábrica/empresa, como empresário empreendedor ou, pelo menos, como um empregado, por conta de outrém, que também pode ser empreendedor?.
Algumas pessoas gostariam que tivéssemos um outro modelo qualquer de empresários - pois é, gostariam,.. todos nós! Mas, não as temos, nem teremos tão cedo - a menos que os paguemos com financiamentos e subsídios públicos.
3- Pensa que o empreendedorismo só se aprende nas universidades? Por favor, não é melhor repensar sozinho sobre este assunto?
4- De vez enquando, oiça também os pequenos empresários. Talvez, com muitos deles, todos possamos aprender algumas coisas.
5- Caso contrário, Senhor Primeiro-Ministro, sabe o Senhor o que melhor pode acontecer a Portugal, depois de implementadas estas "suas" medidas, caríssimas para todos. Acertou! Em cheio!!!NADA!

sábado, abril 01, 2006

Get Your Gun And Come Along


O título deste post traduz muito bem, a forma como me sinto quando observo a mão dos meus parceiros, de pocker ou de truco, com muito mais ases que os do(s) baralho(s) - fico sempre muito desconfiada, mas não só!

Tenha lá um pouco de paciência comigo. Alguns velhotes ficam catatónicos, e repetem-se... Eu tornei-me ambas as coisas! E é, por isso, que vou voltar à vaca fria, da hora do meio-dia, de 17 de Março de 2006, sumariamente, incluída num outro dos meus posts intitulado "Sem Nome".

Lembram-se de, nessa data, me ter referido a um “concurso público” ao financiamento de OTIC, e da relação muito mal explicada entre esse financiamento e os anteriores, dos GAPI, disponibilizados pelo POE e pelo PRIME?

Mostro-lhes, de seguida, em como é verdade que há instituições que precisam de aceder aos serviços de diversos GAPI. Vão-se "candidatando" e são sistematicamente seleccionadas para todos os benefícios públicos nacionais. Estas instituições - em época de benefícios permanentes - devem ser muito boas. Mas, porque é que essa "óptima excelência", no seu âmbito da sua actuação, ainda não foi reconhecida em lado nenhum? E está provado que não estão a conseguir autonomia financeira, com nenhuma das suas maravilhosas iniciativas financiadas (sem se vislumbrarem nunca "acabativas"). É porque se tratam de excelências "para consumo interno e de auto subsistência caseirinha - enquanto todos pagamos".

Pois é, estamos em risco de termos mais GAPIs (que se chamam OTIC) para que mais gente da "excelente" passe agora mais um tempo à toa. Passamos então de 20 unidades a mais 16, sendo que com as coincidências institucionais passarão a existir 32, ao serviço dominantemente dedicado a algumas instituições de educação superior. Afinal, alguns continuam, às custas de todos, com dinheiro para desbaratar e ampliar a sua influência.

Não encontrei referências a parcerias estratégicas com serviços/cooperação privilegiada, com GAPIs já existentes, apenas em 4 das 16 instituições seleccionadas para financiamento de OTIC, se bem que, procurando melhor… talvez se consigam encontrar mais achas para esta fogueira. Entre nós é assim, com o dinheiro de todos - uns compram "Jeeps todo o terreno", com financiamentos da lavoura, enquanto outros preferem multiplicar OTIC/GAPI.

Cliquem nas "balas de prata", para verem pormenores esquemáticos - se existirem erros, ou injustiças, provem-me, porque imediatamente corrigirei.

Não tenhamos dúvidas, que não foram OTIC os objectos de financiamento do hipotético CONCURSO PÚBLICO (para quê?), promovido ADI - que tal como expressou, formalmente, seriam o objectivo "especial" do referido concurso. A ADI apenas, resolveu baptizar, neste certame "aberto às instituições de ensino superior" - com uma designação diferente (OTIC) os velhos (GAPI) - para, certamente, baralhar a gestão financeira da componente europeia.

Como podem ver no link das "balas de prata", de entre as propostas que "mereceram atenções especiais" completamente injustificadas - a maioria (12 em 16), já tinha sido financiadas directa ou indirectamente por: ou i) serem instituições com GAPI e/ou ii) integrarem, assumidamente, parcerias/associações estratégicas com outras entidades "semi-públicas" que já dispõem dessas estruturas, de que são exemplos os centros tecnológicos.
Daí que, a meu ver, a AdI entendeu (e bem) ser preferível disfarçar...
Imagino que as conversas, entre os promotores, se tenham passado mais ou menos assim:
"Oh! chefe, se quer dar mais grana aos GAPI já existentes, não tem crise, chama-se agora à candidatura uma outra coisa qualquer. E, aqueles patetas, dos eurocratas, nem vão dar fé, e largam a "guita (para quem nós queremos) qu'é o que nos interessa, não é verdade?"…
Quanto aos candidatos não beneficiados, nós mantemos boquinhas de siri, e não lhes damos sequer troco, às reclamações.
OTIC, por exemplo, é um nome bem "giro", sonante a inovação, ciência, tecnologia e empreendedorismo …e está a usar-se (tal como as "Solanges Salomés"). Adicionamos então, aos GAPI, já existentes, uma outra coisa "idêntica, mas com outro nome - OTIC" e voltamos a financiar. Juntamos-lhes - a essas já existentes, uns dois ou três extra - para recobrir as pistas da nossa absoluta falta de seriedade - seleccionando mais uns pouquitos, de entre os que nos pareçam suficientemente influentes "na praça", e ‘tá a andar! 'Tá a ver, oh chefe? Temos tudo sob controlo!

As propostas de OTIC seleccionadas para financiamento (sem nenhum critério), pelos "peritos", foram outra vez "GAPI" puros e duros - reitero isto, porque conheço bem as opiniões deles, - pelo menos, sobre uma das propostas não financiadas - e são desculpas tão esfarrapadas e de uma pobreza mental tão expressiva, que chegam a suscitar compaixão. Há pessoas, que se prestam a tudo!

Contudo, para mim, esta embrulhada toda está já muito para lá dos expedientes com nível aceitável de trapalhice - assim, vou escrever para a Comissão Europeia, relatando, tudo o que sei sobre este sucedido. Como eles, por lá, já devem ter percebido que não somos de boas contas, pode ser que até se disponham a vir por aí a baixo, e a auditar tudo isto de alto a baixo.
Tomara que sim, eu vou fazer por isso! Pode não dar em nada, mas lá que vou apresentar queixa, isso vou!.

Já não são só os procedimentos de organismos, ditos públicos, que se parecem mais com banditismos de "gangs" organizados, que me chocam. O que me admira mais é ver como, por aqui, todos se calam. Vai ver, receiam-se represálias! Se calhar, há razões para isso - teremos nós, por cá, uma verdadeira inovação - tríades com quotas públicas maioritárias?

Com efeito…, vejam também agora a EXTORSÃO governamental sobre os produtores de vinho… Dá para acreditar?
Perante tudo do que somos capazes, o Iraque já está a comer a nossa poeira, em matéria de atrocidades…

Penso que cada um de nós, a breve trecho, terá direito ao Estatuto de Refugiado - porque este país já não está a saque, é INABITÁVEL!