sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Novas lentes outra visão

Fico contente ao poder constatar que, em alguns casos, uma organização diferente das estruturas de governação das nossas instituições de ensino superior as pode beneficiar.
Um olhar suficientemente distanciado ajuda muito a perspectivar com a ambição necessária e suficiente:

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Ousadias que merecem sorte

Às vezes, a chave do sucesso das instituiçoes de ensino superior é mesmo só a ousadia - "Instituto Politécnico de Leiria pode passar a fundação" (ver: Blog Empreender, o Diário Digital e a pagina Universia; outras vezes, é ainda o resultado de muito entusiasmo, dedicação e de trabalho árduo - caso do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto - centro de investigação, da área de Mecânica, também sediado no Instituto Politécnico de Leiria, e com classificação de EXCELENTE, atribuído pelo painel internacional da Fundação da Ciência e Tecnologia.
Em ambos os casos merecem também SORTE!

sábado, fevereiro 21, 2009

À espera que a maré suba

Nestes dois últimos dias, o Jornal Público online tem sido um arauto das marés vivas que se esperam nos baixios em que o Ensino Superior Público parece encalhado.
Mais especificamente, hoje, refiro-me ao letárgico «banho maria» em que encalhou a frágil e conturbada vida profissional de 14730 docentes do subsistema universitário e 10677 do subsistema politécnico (números de 2006/2007), dos quais estimo que, respectivamente, cerca de 3000 e 5000 estejam contratados de forma mais precária que os seus colegas de ofício.
Aguardemos então as propostas ministeriais mas, e sobretudo, a sensibilidade e perícia retórica dos interlocutores de ambos subsistemas de ensino superior.
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Ensino Superior: "Ministro quer concluir negociações sobre carreiras até Abril". 20.02.2009 - 19h58, notícia da Lusa; e "Sindicatos preocupados com precaridade dos professores dos politécnicos", 19.02.2009 - 16h 52, artigo de Bárbara Wong.

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terça-feira, fevereiro 17, 2009

Profilaxia do placebo

Tenho estado à espera, com muita expectativa, de esclarecimentos fidedignos sobre as «fundações» do RJIES. Pensei que tivesse chegado o dia.
Hoje, a Senhora Reitora da Universidade de Aveiro narrou, na generalidade ao Diário Económico, o significado desse termo e também o que, por hipótese, lhe permite concluir que "As universidades têm um papel em minimizar os efeitos da crise"- ver aqui.
É mesmo? A isto eu chamo de um espírito positivo, já que temo que essa opinião optimista não seja partilhada por muitos dos seus pares.
Todavia, senti-me muito burra, porque apesar de reconhecer o esforço das explicações aduzidas, não consegui perceber ainda o fundamento teórico da opção por regimes fundacionais (porque na prática percebi bem,... refiro-me aquela coisa ma-ra-vi-lho-sa do Contrato Programa*) mas, ao que parece, tal como tudo em Portugal, é uma decisão que se passa em cima do muro, isto é, trata-se uma decisão reversível.
Mas se o resultado for minimização da crise, a passagem de todas as universidades a fundações não devia ser uma opção discricionária, e sim um "must".
A menos que se trate apenas dos efeitos de uma profilaxia do placebo ... Ouvi dizer que há fármacos formulados com inertes que funcionam...
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*Gostava muito de saber se as restantes instituições não fundacionais estão impedidas de apresentar Contratos Programa, porque me lembro que numa época pré-ligarmos para o que a OCDE dizia, já a Senhora Ministra da Ciência e Ensino Superior, Professora Doutora Maria da Graça Carvalho tinha introduzido em Portugal esta ideia que a meu ver, para a época entre nós, foi realmente inovadora.

Incommodities

"Sabe, eu sou insensivel a ESTA crise porque vivo com ela há mais de 50 anos.... dizia-me um vizinho, hoje, enquanto se lamentava que um dos seus filhos dilectos não auferia de uma bolsa de estudos, como ele mereceria.
Penso que o rebento está a frequentar Direito, numa universidade privada e, não desfazendo, até parece ser uma criatura bastante atilada, desde que não se inclua nesta apreciação o facto do garoto ser muito afeiçoado a uma mota de alta cilindrada, emissora de muitos dBs, durante o estágio de perene afinação com que é mantido engenho, e que suponho seja, exclusivamente, feita de ouvido, infelizmente, o meu...
"O Doutor João Redondo - prosseguiu o meu vizinho - é que tem razão, o custo anual do curso meu rapaz é mais barato 2000 ou 3000 Euros, do que a mesmíssima coisa ali ao lado, em Coimbra... que não seja só por isso, ele deveria ter direito à bolsa, mas..."
Pois.... nem lhe disse que estes custos diferenciais de formação superior entre instituições publicas e privadas e públicas e públicas tem, a meu ver, muito que se lhe diga.
Mais, a mais há agora instituições públicas que -- se acreditarmos no que dizem os seus responsáveis (na sua maioria eu não acredito!) -- nem são financiadas, quando resolvem, em atenção aos seus alunos de formação inicial, oferecer mestrados daqueles que não são dos "bons", i. é., dos integrados.
Esta opção unilateral de recusa de financiamento, por parte da tutela, a alguns pares instituições-formações, precisava mesmo de ser muito bem esclarecida, para que não sejam sempre os mesmos do subsistema público a custear, entre outras coisas, formações privadas, e "cursos-fantasma" da mesma instituição ou de instituições semelhantes, mas...mas, como diz o meu vizinho, não há nada a fazer... Desde que a educação nacional, a qulquer nível, passou a ser um simples bem de consumo que saltita entre uma obrigação publica e livre iniciativa de negócios privados ... vale tudo o que apenas alguns querem!

Os meus caros e raros leitores já leram aquele conto do Stephen King intitulado Misery?
Não? Ainda bem! ...Porque assim não sabem como irá tudo isto acabar...

Não sei porquê, mas lembrei-me de uma frase que vi há tempos escrita na trazeira de um camião desconjuntado: Mas, o que pode estar a fazer o NOSSO petróleo no subsolo DELES?

domingo, fevereiro 08, 2009

Ideia-fixa

Obstinadamente, resolvi pormenorizar uma análise à «desempregabilidade» da formação superior nas áreas de educação e formação: Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção.
Para o efeito, cruzei as informações, sobre as inscrições nos Centros de Emprego do Instituto de Emprego e Formação profissional de Junho de 2008, com os números de diplomados nos pares de estabelecimentos - cursos, dos anos lectivos de 2004-2005, 2005-2006 e 2006-2007 disponíveis pelo GPEARI - Gabinete de Planeamento, Estratégia Avaliação e Relações Internacionais (favor consultar referências), sintetizada na Tabela, que inclui apenas a relação pertinente às área de educação superior mencionadas mas exclusiva a estabelecimentos públicos.
Caso os meus caros e raros leitores queiram saber mais detalhes sobre um determinado par de estabelecimento-curso, podem verificar se consta da lista dos 474 cursos destes níveis: Licenciatura, Mestrado, Licenciatura - 1º ciclo, Licenciaturas bietápicas e Mestrados Integrados na folha IEFP-DESEM-DIPLOMADOSENG. pdf deste outro ficheiro.

Pela síntese do post, são a Universidade de Lisboa e o Instituto Politécnico de Leiria, as instituições públicas que mostram, globalmente em todas as áreas, o menor número de citações relativas no IEFP relativamente aos seus diplomados em Engenharia, Indústrias Indústrias Transformadoras e Construção.
Como todos sabemos, os índices obtidos, com base nos registos de Centros de Emprego IEFP, não dão muita informação nem oferecem nenhuma garantia sobre a real empregabilidade mas, ainda assim, um reduzido número de registos relativamente aos correspondentes potenciais diplomados, é sempre um bom augúrio.

Referências:
A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior (Quadros Estatísticos)
http://www.estatisticas.gpeari.mctes.pt/archive/doc/emprego_diplomadosiii_2008_VSite.xls
"Diplomados no Ensino Superior - Quadros Estatísticos"
http://www.estatisticas.gpeari.mctes.pt/archive/doc/QuadrosEstatisticos_Diplomados.xls

terça-feira, fevereiro 03, 2009

...Encantos da hora de despedidas

Através de amigos de conhecidos ou de conhecidos de amigos, acabei por receber por mail, uma brilhante interpretação de uma das mais vívidas cenas da vida académica de algumas escolas de ensino superior - o Plenário dos Conselhos Científicos - instituição esta que, GRAÇAS ao RJIES, estará hipoteticamente em vias de extinção.
Será?
Tomara que sim!
Mas não boto muita fé nisso!
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Meus caríssimos e raríssimos leitores, aposto que já vi cenas globalmente muito semelhantes em algum lugar,... mas não me consigo lembrar aonde... julgo que, nestes contextos, me sinto hipnotizada, severamente arrependida de não praticar exercícios de musculação, com uma vontade louca de medir 1,85 m de altura ou mais... e, pasmem, absolutamente solidária com dúvidas do MCTES sobre as qualidades e garantias da Gestão Institucional!

domingo, fevereiro 01, 2009

Nem evidentes traços de família

É frequente ouvimos dizer que "de Espanha, nem bom vento, nem...", e também que os "nuestros Hermanos" são useiros e vezeiros nisto e naquilo...
O que é certo é que os traços de família entre os dois países são reduzidos, pelo menos, em matéria educativa, como podemos verificar, por esta publicação, de onde também extraí a imagem deste post:
A Península Ibérica em números 2008
ISBN:978-972-673-895-4 - uma iniciativa de colaboração entre o Instituto Nacional de Estatística de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística de Espanha.

Talvez se possa dar razão a alguém que dizia estes dias - ... de Espanha podem também vir bons exemplos.